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Eu era muito amigo do Mestre Irineu. Eu o tinha como conselheiro da vida particular e até da política. Conversava muito com ele. Todo mundo andava na casa dele, do General Guiomard ao carvoeiro. Ele era frequentador assíduo, ele e a mulher. Coronel Fontenelle era muito amigo do Mestre Irineu, ele ia lá. O Mestre Irineu ia na casa do Coronel, quando ele tinha algum problema. Mestre Irineu ajudou muito, orientando o Governador Guiomard e o Coronel Fontenelle na colonização. Porque o primeiro trabalho de colonização foi feito em 1947 pelo Guiomard. Naquela época era uma colonização racional, compraram o Seringal Empresa e o lotearam, em lotes de doze e meio e vinte e cinco hectares. Faziam a barraca, davam a ferramenta. Todo quinze dias, levavam o que hoje nós chamamos de sacolão (nós chamávamos na época de rancho), dando condição para o homem trabalhar na terra.
As pessoas aqui da cidade achavam que lá no Mestre Irineu havia uma organização, uma sociedade, um negócio. Outros achavam que era até macumba. Tinham outros que acolhiam, aceitavam bem, aceitavam, iam lá se aconselhar com Mestre Irineu. Ele sempre foi um homem muito equilibrado, adorava dar conselho. Quando um casal brigava, interferia. Um conselheiro.
Eu fui a muitos comícios na casa dele. Era muito comum ter comício lá. Eram
comícios do PSD, que era o partido do General Guiomard, do lado do Governo. Os
políticos iam muito lá, pedir apoio. Ele congregava muita gente em volta dele,
que obedecia e cumpria as determinações dele. Não precisava ele nem determinar,
bastava eles entenderem que ele tinha aquela pessoa, eles já estavam lá. Na
época, não tinha eleição pra Governo. O Governo era nomeado, mas tinha deputado
federal e deputado estadual. Meus filhos, Thiago (Tião Viana) e o Jorge eram
pequenos, mas foram algumas vezes comigo lá no Mestre Irineu.