Mamãe foi botou um roçado na mata. Aí fez as plantações dela. Agora, aquilo ali, era todo sábado. Ela tinha aquela penitência de fazer bolo, tapioca, beiju pra levar pra vender. Ela comprava mandioca, carvão, tudo isso pra revender. Pois bem, aí ela apanhou aquela doença. Eu não sei se ela tava daquele jeito, por estar trabalhando com carvão, e carvão é muito perigoso. Aquela quentura no forno grande, para assar tudo ali em cima. E talvez aquilo suspendeu ela, teve um choque de temperatura. Dizem que tem essa arrumação de suspensão. Tanto é que ela morreu com os olhos assim, inchados.
Aí, nós ficamos lá em casa. Foi naquele tempo que o governador era o Guiomard dos Santos, e ele disse: “Mestre Irineu, tu pega esses meninos e leva lá pra tua casa, porque esses meninos não podem ficar aqui sozinhos não. E tem que aposentar não, como é que chama o Juiz de Menor, ir no Juiz de Menor pra registrar. Tem que registrar com o Juiz de Menor.” Eu não queria ir não, disse: “Eu tomo conta dos meus irmãos”. Uma, que tinha a casa do meu pai, que minha mãe tinha deixado. Imagina viver na casa dos outros. Aí, chegou o Mestre Irineu. Mandou justamente até o meu cunhado, o João Belém. Aí, vem o João Belém, veio com duas carroças. Uma semana carregando. Era porco, galinha, tudo, tudo, tudo. Aí, passamos um tempo lá. Fomos crescendo. Ainda passamos bem uns nove anos por lá. Ficamos maior, fomos saindo.
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